A MURTA
Por vezes te sabia a terra, eu bebia
Em teus lábios a angústia das nascentes
Quando brota das pedras quentes, e o verão
Dominava alto a pedra airosa e quem bebia.
Em teus lábios a angústia das nascentes
Quando brota das pedras quentes, e o verão
Dominava alto a pedra airosa e quem bebia.
Por vezes te dizia de murta e queimávamos
árvore de teus gestos todos todo um dia.
Eram fogaréus breves de uma luz vestal,
Assim eu te inventava em teus cabelos claros.
árvore de teus gestos todos todo um dia.
Eram fogaréus breves de uma luz vestal,
Assim eu te inventava em teus cabelos claros.
Todo um nulo verão secara-nos os sonhos,
Tolhera a voz, inchara os corpos, quebrara os ferros.
Por vezes ia rodando o leito, barca livre
Que ganha lentamente o mais alto cio mar.
Tolhera a voz, inchara os corpos, quebrara os ferros.
Por vezes ia rodando o leito, barca livre
Que ganha lentamente o mais alto cio mar.
Yves Bonnefoy
Tradução: Mário Laranjeira
In “Obra Poética”
Editora Iluminuras
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