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terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

















A PRAÇA

A praça da Figueira de manhã,
Quando o dia é de sol (como acontece
Sempre em Lisboa), nunca em mim esquece,
Embora seja uma memória vã. 

Há tanta coisa mais interessante
Que aquele lugar lógico e plebeu,
Mas amo aquilo, mesmo aqui ... Sei eu
Por que o amo?  Não importa.  Adiante ... 

Isto de sensações só vale a pena
Se a gente se não põe a olhar para elas.  
Nenhuma delas em mim serena... 

De resto, nada em mim é certo e está
De acordo comigo próprio.  As horas belas
São as dos outros ou as que não há.

Álvaro de Campos

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