Translate

sábado, 29 de junho de 2013
















Menina linda do raio de sol
Pega a canção da minha íris
E põe no teu rouxinol andarilho.
Menina linda do raio de sol,
E se o rouxinol tiver se perdido
Em meio aos descaminhos da vida,
Põe a minha canção
Nas pétalas do girassol.
E se o girassol não puder levar
A minha canção ao pôr do sol;
Leva a minha canção
Às mãos pequeninas
De um niño,
Que aí eu terei a segurança
Que ele não perderá
O caminho.

Carlos Maia
03/06/12



















E aí então
Tudo se desfez
Em cinzas
Os paraísos artificiais
Foram por água abaixo
Ele se deixou
Levar por aquela
Força que o guiava
E o protegia,
As flores caíam
Do cabelo dela
Sobre mim...
Assim é que eu passeio
Assim é que eu ancoro
Meu navio no teu seio.


Carlos Maia
15/02/12

sexta-feira, 28 de junho de 2013



















As flores, as flores
Os trigais
As campinas
Os lajedos...
Arrancar do peito
A canção adormecida
Reencarnar
Em mais de um milhão
De vidas...



Carlos Maia
10/03/10

quinta-feira, 27 de junho de 2013























Sozinho,
Tateando na noite escura,
Buscando um sentido
Que faça preencher
O deserto de afetos.
A esperança
Já toda rota
Teima em sobreviver.
Após tantas quedas,
Tentar novamente
Acreditar em si mesmo,
Soerguer âncoras e remos
No oceano
Da noite infindável,
Enfrentar o medo antigo
E fundo;
Pois ainda acena
No distante cais,
Um colo,
         Um colo...



Carlos Maia

03/02/10

quarta-feira, 26 de junho de 2013

























MADIBA CONTINUA SORRINDO

No momento em que leio um romance,
recebo notícias da África do Sul:

"Madiba continua sorrindo".

Vejo minha jovem mãe regando flores
no alpendre da casa.
Meu pai ao saxofone
e meu filho joga dados,
como num poema de Mallarmé.
     
Abro uma janela para olhar o mar,
minha filha oferece chá de canela
e um filme de Chaplin.

Sozinho, adormeço entre flores.
                      
                    

Ramos Sobrinho     -     Olinda,  2013

terça-feira, 25 de junho de 2013





















Bem no fundo
Paulo Leminski

No fundo, no fundo, 
bem lá no fundo, 
a gente gostaria 
de ver nossos problemas 
resolvidos por decreto 

a partir desta data, 
aquela mágoa sem remédio 
é considerada nula 
e sobre ela — silêncio perpétuo 

extinto por lei todo o remorso, 
maldito seja que olhas pra trás, 
lá pra trás não há nada, 
e nada mais 

mas problemas não se resolvem, 
problemas têm família grande, 
e aos domingos 
saem todos a passear 
o problema, sua senhora 
e outros pequenos probleminhas.

segunda-feira, 24 de junho de 2013




Olha,
Presta bem atenção!
Olha novamente!
Vê se enxerga
Agora!
Não o que
O poeta vê,
Mas o que
Ele sente!


Carlos Maia
11/06/12

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Poema-pó
    
A casca macia,
como pele,

a simples armadilha
no frágil existir,

o escancarado coração,

destino fluindo lento
pelas margens das lembranças,

para provar do amargo fruto
no amanhã,
sem festa.



Ramos  Sobrinho   -  2012

quarta-feira, 12 de junho de 2013




Ele foi aonde eu não pude alcançar...
E escutou sons inefáveis
Visões de anjos e querubins
Ele foi muito longe,
Meu bebê
Flecha lançada
Do meu coração
Minha vida
Minha Luz
Voa...
Voa alto Luquinha,
Voa sem medo
Que um dia
Eu quero poder te acompanhar...


Carlos Maia
03/06/1993.