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sábado, 19 de outubro de 2013

Domingo, na matinée - Alberto da Cunha Melo




















Não, não sou o cowboy solitário,
mas aquela nuvem de poeira
atravessando a planície:
me falta coragem de entrar em Abilene,
pedir um trago no balcão
e perguntar grosso pelo facínora,
bebo aqui mesmo e sinto medo da noite;
não tenho revólver com marcas na coronha,
nem cavalo ensinado que me desamarra com os dentes,
sou o índio sem rosto, que só sabe cair;
não sou o cowboy solitário:
não salvo Susan da quadrilha de Jesse,
nem do mau casamento,
mas brigo com os espinhos para espiá-la no banho.


Abril/2001

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