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quinta-feira, 1 de maio de 2014
















Cerquemos,
eu e tu,
de todos os sóis
a minha e a tua pele.
Abandonemos à luz
e ao excesso,
à sede e à cor,
a minha e a tua pele.
Até que queime
cerquemo-nos,
eu e tu, de todos os sóis!
Até que arda
e inflame,
cerquemo-nos de nós!
Há um território
inexplorado
em nossos corpos.
E é ali,
onde possível seria
um Encontro.
Fôssemos eu e tu,
astros, a isto
chamaríamos conjunção...
No entanto,
somos terra, eu e tu,
se vê na pele, em cor,
calor.
Somos terra,
eu e tu,
com a possibilidade
de expedições
até
ali
onde há
um território óbvio,
próximo e vazio,
porque distante de viajantes ociosos
e porque ausente de atrativos fáceis,
Ali,
no limite
onde encontram-se
a minha e a tua pele,
corporifica-se a alma,
pois há um território
onde nunca,
amigo, nunca anoitece.
Por isso,
podemos colher todos
os sóis.
Manhã após manhã,
noite após noite
e queimar...
Queimar,
juntas,
as nossas peles
até que sejamos diversos,
eu e tu,
daquilo que, em nós,
não nos encontra.


[ provisoriamente sem título... Nem parece que é Outono, e chove! ] 
luciana.cavalcanti. maio.2014.

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