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domingo, 3 de novembro de 2019
















Procura na tua orelha
meu desaviso abafado,
pendurado do avesso
no extremo do teu brinco aperolado.

Preenche com sopro
cada uma das letras desenhadas,
roubadas sob o som do teu alfabeto ancestral,
impossíveis de serem pronunciadas.

Perpassa o sentido
da bigorna ao estribo, da timpânica à faringe
do meu texto poliglota de dez mil erros.

Desliza com gozo minhas senhas abertas
pela trompa onde Eustáquio corrige
a pressão, a altitude, os horrores.

Boceje, engula
minha mensagem pintada com teus líquidos coloridos.
meus sinais inacabados no teu ouvido, olvido.



Aleksander Aguilar

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