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segunda-feira, 7 de março de 2022




A MINHA RUA É MEIO FIO!
Eu já fui menino de rua.
Na rua, eu já fui menino.
Menino de ruas, por serem muitas as ruas porque passei.
Os meus pés vêm das andanças do mundo.
Sem pai, sem pão e sem mãe, eu tive que me desdobrar com os pés,
Com a pá e com as mãos para me fazer alguém.
A rua é indiferente...
A rua dá o que tem: se frio, frio, se silêncio ou gritaria, ela é somente a
Rua dos à mercê da sorte.
Na minha rua atravessou o amor, por isso, eu só vivi marginal sem que
Me tornasse um.
A religião da rua é politeísta ou de Deus nenhum.
A minha poesia não é um fio inteiro, é meio fio de beira de estrada.
A minha poesia é marquise onde se passa a chuva.
Será da marquise que nasce o marquês? Sapuca aí!
As ruas de onde venho pariram um poeta.
Poema de Robério Jesus.


 

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