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segunda-feira, 4 de abril de 2016













O PODER DOS BRINQUEDOS
Quantas vezes os brinquedos que criamos
Se libertam de nós e nos comandam
Sem supormos estar em seu poder?
Quantas vezes os brinquedos são mais que brinquedos 
Em sua estranha vida, a ensinar-nos surpresas 
Como a de uma linguagem 
De poesia, em que tudo é puro sonho, 
Ou de terror, quando seus monstros investem 
Contra o puro sonho que nos salva? 
Como banhar-nos nas avenidas do dia, 
Se impelidos para amanhãs não suspeitados 
Somos flechas sem destino, somos títeres 
Da própria farsa que engendramos 
Para nos livrar do silêncio das coisas 
E o domínio alcançar da árvore da ciência 
Do bem como do mal? 
E tudo ao custo do esquecimento 
Da árvore da vida! Pobre árvore da vida, 
Que não serás mais verde nem eterna!
Ângelo Monteiro

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