POEMA
PARA O SÉCULO DA MORTE
Dois
homens, em aparente harmonia,
caminham,
lado a lado,
em
silêncio
Há um
deserto no futuro
e, no
presente,
as
guerras se sucedem umas às outras;
no
passado, ficaram as coisas do passado,
ficaram
a infância, a juventude, os livros de Lima Barreto,
os
abraços de Laura, os sonhos, a sabedoria dos antigos
e a
música, a mais completa das artes,
Beethoven,
Brahms, Mahler, Villa-Lobos...
A
solidão, agora, é mais insidiosa.
Há
séculos, as mentiras impõem o medo,
sugam
os cérebros,
sequestram
as almas, assassinam os corpos
e
multidões voltam para casa com as mãos vazias.
De
repente, um apunhala o outro,
pelas
costas.
RAMOS
SOBRINHO
Junho
de 2016 - Pernambuco, Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário