Translate

terça-feira, 5 de julho de 2016

















POEMA PARA O SÉCULO DA MORTE

Dois homens, em aparente harmonia,
caminham, lado a lado,
em silêncio

Há um deserto no futuro
e, no presente,
as guerras se sucedem umas às outras;
no passado, ficaram as coisas do passado,
ficaram a infância, a juventude, os livros de Lima Barreto,
os abraços de Laura, os sonhos, a sabedoria dos antigos
e a música, a mais completa das artes,
Beethoven, Brahms, Mahler, Villa-Lobos...

A solidão, agora, é mais insidiosa.

Há séculos, as mentiras impõem o medo,
sugam os cérebros,
sequestram as almas, assassinam os corpos
e multidões voltam para casa com as mãos vazias.

De repente, um apunhala o outro,
pelas costas.

RAMOS SOBRINHO
Junho de 2016 - Pernambuco, Brasil

Nenhum comentário:

Postar um comentário