À Silvina Ocampo
Quem canta nas ourelas do papel?
De
bruços, inclinado sobre o rio
de
imagens, me vejo, lento e só,
ao
longe de mim mesmo: 6 letras puras,
constelação
de signos, incisões
na
carne do tempo, ó escritura,
risca
na água!
Vou
entre verdores
enlaçados, adentro transparências,
enlaçados, adentro transparências,
entre
ilhas avanço pelo rio,
pelo rio feliz que se desliza
e não transcorre, liso pensamento.
pelo rio feliz que se desliza
e não transcorre, liso pensamento.
Me
afasto de mim mesmo, me detenho
sem deter-me nessa margem, sigo
rio abaixo, entre arcos de enlaçadas
imagens, o rio pensativo.
sem deter-me nessa margem, sigo
rio abaixo, entre arcos de enlaçadas
imagens, o rio pensativo.
Sigo,
me espero além, vou-me ao encontro,
rio feliz que enlaça e desenlaça
um momento de sol entre dois olmos,
rio feliz que enlaça e desenlaça
um momento de sol entre dois olmos,
sobre a
polida pedra se demora
e se desprende de si mesmo e segue,
rio abaixo, ao encontro de si mesmo.
e se desprende de si mesmo e segue,
rio abaixo, ao encontro de si mesmo.
1947
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