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domingo, 12 de julho de 2015




























Peço a Paz e o Silêncio

Peço a paz
e o silêncio
A paz dos frutos
e a música
de suas sementes
abertas ao vento.
Peço a paz
e meus pulsos traçam na chuva
um rosto e um pão.
Peço a paz
silenciosamente
a paz, a madrugada em cada ovo aberto
aos passos leves da morte.
A paz peço,
a paz apenas
o repouso da luta no barro das mãos
uma língua sensível ao sabor do vinho
a paz clara,
a paz quotidiana
dos actos que nos cobrem
de lama e sol.
Peço a paz
e o silêncio.

Casimiro de Brito,
in "Jardins de Guerra", 1966

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