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terça-feira, 27 de outubro de 2015




























AUTORRETRATO

Interiorano,
Nascido na zona da mata pernambucana,
Nunca soube
Usar gravata:
- Apenas no casamento,
Quiçá na morte.
Cidadão do mundo
Odeia profundamente as fronteiras e ama os diferentes.
Poeta? Não sabe, não tem certeza...
Mas, insisti.
Funcionário público cheio de poeira,
Achou na poesia e no uísque,
Uma maneira,
De respirar sob os escombros,
Da dita sociedade capitalista.
Quis ser músico, não tinha talento;
Guerrilheiro, não pôde,
A pólio o acertou,
Qual mercenário estadunidense,
Numa esquina mal iluminada,
Numa certa manhã de novembro.
Acreditou um dia em Deus, no outro em Nietzsche.
Em matéria de sonho: um suicida profissional.

Itárcio Ferreira
Fonte: http://blogdoitarcio2.blogspot.com.br/

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