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quarta-feira, 6 de janeiro de 2016




















ORIENTAL

Recusar na primavera
os saibros em Saigon
enunciar em ecrã
a vida-desperdício.
Legar à cultura-mãe
meu abandono e
sob a musa
zunir um sonho
horroroso.
Acordar em Ulan Bator
lamuriar as árvores
patentear cavalos
entre duas fronteiras
ser vermelha.
Enrugar meu rosto
foragir meu vento
sumir dos campos
até que o volga
me refaça
fluvial
e me interligue.
Depois a pé
muito longe
um Bashô
me escreveria.


Roberta Tostes Daniel

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