RASTRO
Se rastro de pólvora
se areia escura
se cinza funerária
se a visão enganada
não sei.
Olho o chão.
Se poeira do tempo
se sujeira de tudo
se resquícios da festa
se cupim na madeira
apodrece,
e olho o chão.
Por isso mesmo,
apodrece.
E há
cheiro de pólvora
lama e areia
prenúncio de morte
e a cegueira
irreversível...
Como o correr do tempo
como o cansaço de tudo
como a ressaca da festa
como desgasta a madeira
irreversível!
Olho o chão.
Entonteço
e não tombo:
sei mais que antes.
Luciana Cavalcanti
Fonte: http://poesiapouca.blogspot.com.br/
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