A ESTRADA NÃO TRILHADA
Num bosque, em pleno
outono, a estrada bifurcou-se,
mas, sendo um só, só
um caminho eu tomaria.
Assim, por longo
tempo eu ali me detive,
e um deles observei
até um longe declive
no qual, dobrando,
desaparecia...
Porém tomei o outro,
igualmente viável,
e tendo mesmo um
atrativo especial,
pois mais ramos
possuía e talvez mais capim,
embora, quanto a
isso, o caminhar, no fim,
os tivesse marcado
por igual.
E ambos, nessa manhã,
jaziam recobertos
de folhas que nenhum
pisar enegrecera.
O primeiro deixei,
oh, para um outro dia!
E, intuindo que um
caminho outro caminho gera,
duvidei se algum dia
eu voltaria.
Isto eu hei de contar
mais tarde, num suspiro,
nalgum tempo ou lugar
desta jornada extensa:
a estrada divergiu naquele
bosque – e eu
segui pela que mais
ínvia me pareceu,
e foi o que fez toda
a diferença.
Robert Frost
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