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domingo, 8 de novembro de 2015



















NOTURNO

desça
caminhe entre os barcos
e a calçada coberta de pó e sem asa
colhe por cima dos telhados
os detalhes dos passos das sandálias
que acompanham o gotejar da saudade e da ausência
ampara
como um arco por onde respira
a existência dos rostos dos pássaros
sem paciência
sobre a crina da noite
escuta o lamento das casas solitárias
e se cala quando aparece o espírito
de tudo que pergunta e vê
alcança com seus saltos
a solidão das pessoas que adormecem
sem roupa e sem sentimento
por sobre a escuridão da cidade
como um mensageiro da vida
que retorna e segue em frente.

Cgurgel

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