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sexta-feira, 13 de novembro de 2015




























A RUA
A rua é um rio de pessoas e de vozes,
um rio terrível que me vai levando,
mas estou só, como se está na infância...
ou quando a morte vai se aproximando...
No ar, agora, que distante aroma?
Decerto eu sem saber pensei em ti...
E um voo de andorinha na distância
é a minha saudade que eu te mando.
Mas tu, nesses tumultuoso rio,
não fica nunca ao fundo da lembrança
como no seio azul de um redoma...
Tudo se afasta nessa correnteza
onde uma flor,às vezes, fica presa
e um claro riso sobre as águas dança!
Mário Quintana -
In "Baú de Espantos"

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