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segunda-feira, 21 de dezembro de 2015




















Talvez uma manhã andando num ar de vidro,
voltando-me, verei cumprir-se o milagre:
o nada às minhas costas, detrás de mim
o vazio, com um terror de bêbedo.
Depois como numa tela, acamparão de um jato
árvores casas colinas para a ilusão costumeira.
Mas será tarde e eu partirei calado
entre os homens que não se voltam, com o meu segredo.

Eugênio Montale

(tradução: Geraldo H. Cavalcanti)

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