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quarta-feira, 16 de dezembro de 2015




















FORTUNA

Um pássaro azul pousou na minha clave de fá.
A de sol recolheu-se, pois chovia.
Uma caneca de café numa mão.
A mesma cantiga matinal.
A minha, sempre presente, falta de talento.
Quis ser músico, não fui.
Guerrilheiro, não pude.
Vai ser burocrata! Gritou o destino.
Cansado de meus sonhos, dormi.
Mas a manhã insisti em nascer.

Itárcio Ferreira

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