Translate

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016


















A ABELHA, A COR

Cinco horas.
O sono é leve, em manchas na vidraça.
O dia vai buscar na cor a água fresca,
Cascateante, da noite.

E é como se a água se simplificasse
Sendo luz ainda mais, que tranquiliza,
Mas, o Um rasgando-se na perna escura, vais
Perder-te onde bebeu a boca na acre morte.

(A cornucópia com o fruto rubro
Ao sol que vai girando. E o barulho todo
De abelhas dessa impura e doce eternidade
No tão próximo prado ainda tão ardente).

Yves Bonnefoy
Tradução: Mário Laranjeira
In “Obra Poética”
Editora Iluminuras

Nenhum comentário:

Postar um comentário