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domingo, 1 de novembro de 2015






















POÉTICA LIBERDADE

Rogério Salustiano de Lima

Vem! Vem sem eflúvio de pensamentos!
Com vidas secas, ou num dilúvio...
Vem sem fomentos!
Ou, neste instante, vem efusiva!
Vem delirante!
Vem numa lira, ou num oboé!
Neste momento, ou quando quiser...

Vem sem escola, sem seguimento!
Ou até sem fluência, sem sentimento...
Sem influência político-social.
Vem sem momento!
Vem sem estética!
Sem rima e métrica...
Vem numa glosa, ou mesmo em prosa!
Vem numa écloga, ou como quiser!

Síncrona com o prazer...
Crônica, até o morrer...
Vem do além, ou do aqui!
Tua origem pertence a ti.
Modernamente ou eternamente...
Vem sacrossanta, na paz da cruz!
Vem na tragédia, ou na Comédia
Divina, luz!
Vem reluzente, ou acanhada!
Desmotivada, pede a morte
Ou a eterna sorte!

Vem esculpida em deuses gregos,
Ou desenhada no barro negro!
Vem expressar!
Vem numa brisa, ou tempestade!
Com ares campestres, ou da cidade,
Vem arejar!

Vem mesmo fria, ou esquentar!
Denunciar com alto-falante,
Fazer gritar ou calar.
Vem então metódica!
À luz da retórica...
Ou, vem sem falar!
Só saciar...

E se então queira fugir meu estro,
Vem do além! Sinistro ou destro...
Vem de um maestro!
Teorizar...
E se então queira a tarde fosca
Tirar-me as forças,
Vem de uma mosca!
Fazer voar...

*Rogério Salustiano é aluno do 7º período de Letras e obteve o 1º lugar de poesia no 3º Concurso Literário do MEL – Movimento de Experiências Literárias_ do Campus Mata Norte da UPE. Versão 2013. 

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