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terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

















UM CHEIRO DE VERDE, FRESQUINHO

Um cheiro de verde, fresquinho,
viajando através da infância, no tempo.

A chuva, os barcos de papel,
o sol desenhado pela irmã caçula,
o cheiro da terra molhada.

O som de passarinhos que eu,
minino criado por vó,
não sabia os nomes, nem imitar.

Java, meu amigo de infância, sabia;
as mãos em concha, o sopro, o assovio.
Além de ser campeão de botão de mesa,
peão e o que mais viesse de brincadeira.

Quantos barquinhos foram naufragados?
Os sonhos são eternos enquanto não realizados?

As canções da infância ficaram perdidas
em alguma nuvem do cérebro.

Por que sou o que sou
e não o que desejaria ser?

Pudesse voltar no tempo...
Não, é melhor não.

Uma existência de dores, depressões
e guerras perdidas, já me basta!

Melhor um copo com uísque, gelo,
a voz de Maysa e apenas me emocionar,
eternamente... Até o relógio despertar.

Itárcio Ferreira

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